O trabalho não é resumido em números. Feedbacks, reconhecimento e recompensa estimulam o potencial individual.
Em tempos de incertezas frente à pandemia da covid-19, o que mais me questionam é: quando voltaremos ao escritório? E, confesso, que essa ainda é difícil de responder. Ao meu lado, muitos líderes têm a mesma dificuldade, pois ainda estamos no auge da vacinação, além de envolver um rol de políticas sanitárias e da própria empresa para a segurança de nossos colaboradores.
Aqui, na Novartis, por exemplo, desde o início da pandemia, nossos times de escritórios estão em home office e, nos últimos dois meses, passamos a operar com 20% de capacidade para aqueles que quisessem voltar voluntariamente a nossos sites. Organizamos a dinâmica do retorno, mas deixamos a decisão de quem, quando, onde e como trabalhar para o próprio colaborador, assim, ele pode adequar o trabalho à sua realidade.
Não foi uma decisão que surgiu com a pandemia, mas, na verdade, foi um acelerador para uma iniciativa que a Novartis já vinha preparando, chamada “Choice with Responsabiltity” ou, em bom português, “Escolha com Responsabilidade”. Com ela, os colaboradores têm o protagonismo de sinalizar o modelo de trabalho de sua preferência – híbrido, remoto, ou presencial, e pretendemos capacitá-los para assumir a responsabilidade por seu crescimento e o desenvolvimento de suas carreiras, reimaginando a abordagem de gestão de desempenho.
Consulta ao colaborador é importante
Para chegar a esse modelo, fizemos uma pesquisa globalmente com experimentos baseados em dados com mais de 16 mil funcionários, e o resultado foi interessante: nosso pessoal queria mais propriedade sobre seu objetivo de carreira, mais feedbacks e treinamentos e a empresa precisava abandonar as classificações de desempenho tradicionais, pois entende que o trabalho não é resumido em números.
Então, desde janeiro de 2020, nosso foco está baseado em quatro elementos para incentivar a aprendizagem e crescimento, além de nos permitir atingir o potencial individual, como equipe e empresa, que são: o objetivo, projeto de vida e profissional a longo prazo; o feedback, incentivo a buscar, dar e receber retornos; o reconhecimento, de líderes e colegas; e a recompensa, impacto da ação conquistada em conjunto e levando em consideração os nossos valores corporativos.
Essa construção e ambiente precisam de líderes que se concentrem em identificar e desbloquear esse potencial dos colaboradores, atuando como facilitadores, por isso incentivamos que nossa liderança saiba ouvir e esteja presente. Entendemos que é um processo longo, que terá alto e baixos, mas é praticando que alcançamos a melhor versão, não só da equipe, mas de nós mesmos – até que essa mudança se torne parte de nosso dia a dia.
O primeiro passo para tudo isso funcionar é estar aberto e disposto à mudança – esta mentalidade, que faz parte da Novartis em todo mundo, é o que nos faz reimaginar o futuro de nosso trabalho, mantendo nossa curiosidade, continuando a aprender e caminhando juntos. E você, já reimaginou seu futuro profissional?
Fonte: Melhor Gestão de Pessoas.