Especialistas discutiram como o bem-estar, a felicidade e o reconhecimento devem fazer parte do ambiente corporativo e da performance
II Parte: O Burnout
No painel “Burnout: a lição já foi aprendida? O caminho para as companhias evitarem recorrências”, Sergio Amad, CEO da Fiter; Beatriz Sairafi, diretora executiva de RH da Accenture; e Fernanda Dabori, CEO da Advice Comunicação Corporativa, compartilharam suas experiências na transformação de uma cultura organizacional voltada para lideranças saudáveis e equilibradas. Os speakers discutiram os programas de apoio e ação mais efetivos, ressaltando a atenção dedicada ao público feminino. Além disso, destacaram a importância da análise de casos e a implementação de medidas corretivas, bem como o trabalho contínuo de conscientização para identificar e mitigar riscos.
Os speakers apontaram que o Burnout sempre existiu devido à busca de metas inatingíveis, mas nos últimos anos está relacionado à tecnologia e ao constante estado de conectividade que nos mantém sempre disponíveis e sobrecarregados, levando a um esgotamento físico e emocional cada vez mais frequente. Beatriz acredita que o clima no ambiente de trabalho tem extrema relevância, pois as pessoas precisam estar conectadas aos valores da empresa. “Se não tivermos uma força de clima engajada, iremos comprometer a produtividade. Uma das metas das organizações é ter um clima saudável”. Para ela, a liderança tem papel fundamental para o bem-estar, criando um ambiente de abertura com feedbacks construtivos e não destrutivos.
Além disso, eles ressaltaram a importância de estabelecer limites saudáveis e adotar práticas de autocuidado para prevenir o Burnout, como pausas regulares e exercícios físicos.
Sensibilização e comprometimento
Os desafios enfrentados ao quebrar paradigmas e criar uma estratégia abrangente de cuidado, a importância do desenvolvimento de uma cultura de apoio e sensibilização e o comprometimento das lideranças na promoção do bem-estar integral foram temas do painel “De olho no todo: O diferencial de uma abordagem holística à saúde dos colaboradores”. Participaram das discussões: Christiane Berlinck, CHRO do OLX; Ricardo Burgos, vice-presidente de Pessoas e Segurança do UnitedHealth Group Brasil; e Dioneia Canci, diretora de Gestão de Pessoas da Fiagril.
Na opinião de Christiane, o trabalho é um elemento da vida e as empresas precisam ter maneiras corretas de olhar o colaborador. “Não é apenas a conexão entre o trabalho e a pessoa; há outras coisas que interferem. Cada vez mais, as empresas têm focado na jornada de vida dos colaboradores e não apenas em suas atividades profissionais. Compreender a importância de equilibrar o trabalho com a vida pessoal é fundamental para promover um ambiente saudável e produtivo.”
Segundo Christiane, as empresas devem adotar uma perspectiva mais ampla ao analisar o papel do trabalho na vida das pessoas. Não se trata apenas de uma conexão entre o funcionário e sua função, mas também de levar em consideração outras questões que podem interferir no desempenho e bem-estar do indivíduo. Cada vez mais, as organizações têm direcionado seus esforços para entender a jornada de vida de seus colaboradores. Isso significa reconhecer que eles possuem responsabilidades e interesses fora do ambiente de trabalho, como família, estudos, hobbies e cuidados pessoais.
Ao considerar essas variáveis, as empresas podem criar estratégias e políticas que promovam uma melhor conciliação entre o trabalho e a vida pessoal. Flexibilidade de horários, programas de bem-estar, apoio emocional e incentivos para o desenvolvimento pessoal são algumas medidas que podem ser adotadas. Dioneia acredita que a pandemia fez as empresas olharem de forma mais integrada para a relação entre trabalho e vida pessoal dos colaboradores. “É preciso olhar o ser humano como um ser único e vivenciá-lo, não apenas algo a ser comunicado”. Essa é a opinião da profissional.
No último painel do dia “Felicidade sem expresso: Como trabalhar o bem-estar na realidade do chão de fábrica”, Marcelo Maniero Speltz, diretor de Gente e Cultura da Uisa; Bruno Szarf, diretor executivo de RH da Lwart Soluções Ambientais, e Rochelli Kaminski, diretora de RH da Gomes da Costa, compartilharam suas experiências ao lidar com recursos e benefícios de maneira a gerar impacto sem sobrecarregar o fluxo financeiro. Os speakers discutiram as ações que têm trazido resultados significativos e os investimentos que realmente contribuem para o bem-estar e satisfação das equipes.
Fluxo financeiro
Trabalhar o bem-estar na realidade do chão de fábrica é um desafio que muitas empresas enfrentam. Nesse ambiente de alta demanda e ritmo acelerado, é comum que o foco esteja voltado para a produção e eficiência operacional, deixando de lado a preocupação com o bem-estar dos colaboradores. No entanto, investir no bem-estar dos funcionários é fundamental para garantir não apenas a saúde e satisfação deles, mas também a qualidade e produtividade do trabalho realizado. Afinal, colaboradores que se sentem valorizados e têm suas necessidades atendidas tendem a ser mais engajados e produtivos. Rochelli acredita que no pós pandemia assuntos como saúde mental e física, bem-estar e satisfação no trabalho tornaram-se assuntos recorrentes e o ter bons líderes na equipe é fundamental para o sucesso e um ambiente de bem-estar ” É importante o papel de um líder que trabalhe bem com os times, que não seja opressor, comunicativo e cabe a ele reconhecer o trabalho dos colaboradores”, aponta.
Outras formas de promover o bem-estar no chão de fábrica é garantir condições de trabalho adequadas. Isso inclui fornecer equipamentos de proteção individual de qualidade, garantir um ambiente seguro e saudável, além de oferecer treinamentos e capacitações. Marcelo acredita que é necessário às empresas identificar e distinguir os profissionais que pleiteiam crescimento na carreira ou que só querem aprimorar suas habilidades. Essa diferenciação é fundamental para uma gestão eficiente dos recursos de desenvolvimento de talentos.
Além disso, os speakers também enfatizaram a importância de valorizar e reconhecer o esforço e dedicação dos colaboradores. Incentivar um ambiente de trabalho colaborativo e respeitoso, promover momentos de reconhecimento e celebrar as conquistas alcançadas podem ter um impacto significativo no bem-estar da equipe.
(Fonte: Newsletter Melhor RH - de Redação em 2 de agosto de 2023 - Freepik.com)