Na semana de combate à LGBTfobia, entenda os pilares da inclusão, responsáveis por iniciar a mudança na cultura das companhias
“As empresas precisam entender a diferença entre diversidade e inclusão”, destaca Felipe Iotti, Head de Recursos Humanos do GI Group, um dos líderes globais em soluções para o mercado de trabalho, que recentemente aderiu à Câmara LGBT, associação sem fins lucrativos que busca promover a cultura de respeito à diversidade sexual.
A afirmação do executivo ecoa um dos principais problemas que perturbam a comunidade LGBTQIA+: a falta de acolhimento nas empresas, ainda que o desemprego também seja um importante marcador desse público. De acordo com o executivo, ainda estamos longe do ideal em número de contratações (o que define a diversidade) e do que seja inclusão, que se traduz no acolhimento percebido pelas pessoas em seus locais de trabalho. Essa é a realidade com que se depara essa parcela da população na semana de combate à LGBTfobia, iniciada em 17/5, data celebrada por ser o dia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS), há 32 anos, tirou a homossexualidade do status de doença.
Dados da pesquisa “A Workplace Divided”, da Human Rights Campaign Foundation confirmam esse pensamento ao apontar que 75% dos profissionais LGBTQIA+, em algum momento, já esconderam sua orientação sexual ou identidade de gênero em seus ambientes de trabalho, 50% relatam ter ouvido piadas sobre lésbicas ou gays nesse local, ocasionalmente, e 31% já se sentiram infelizes ou deprimidos no trabalho. Outro dado, da Aliança Nacional LGBTQIA+, também corrobora a afirmação: estudo da entidade registrou desemprego de 40% entre esse público – percentual que chega a 70%, no grupo trans.
“É claro que ter um público diverso em seu time é de suma importância, ainda mais porque sabemos que a pluralidade é um fator chave para times de excelência. Porém, se a empresa não se preocupar em ter um ambiente inclusivo, com oportunidades iguais para todos, e um cenário em que todos são respeitados igualmente, nada mudará”, destaca Iotti.
Ao encontro desse cenário estão seis passos simples para iniciar a inclusão na empresa, enumerados pelo GI Group, considerando diversos grupos afirmativos:
Coerência – É necessário revisar as políticas de inclusão e diversidade e ir além de mudar o avatar nas redes sociais para apoiar causas LGBTQIA+;
Empatia – Diversificar o time é uma maneira de transformar toda a sua empresa e a relação com as pessoas;
Inclusão – Sua mensagem deve alcançar todos os públicos. Quando falamos em diversidade é preciso pensar além do público LGBTQIA+;
Representatividade – A representatividade real precisa considerar as diferentes classes sociais, raças, identidades de gênero e orientação sexual que compõem a comunidade. A representatividade também deve abraçar as pessoas com deficiência, além da diversidade geracional, como os colaboradores 50+;
Sensibilidade – Mesmo que exista uma agenda comum, tenha cuidado para não categorizar as pessoas representadas por cada letra da sigla LGBTQIA+ como um único grupo. Existem muitas realidades distintas entre elas e isso deve ser observado, disseminado e respeitado;
Informação – É preciso promover a aproximação entre pessoas para que haja um diálogo entre todos. Promova isto dentro do ambiente de trabalho da sua empresa para aumentar a troca de informações e experiências, de forma a prover educação sobre o tema.
Fonte: MelhorRH