O desempenho das equipes depende da qualidade do clima organizacional, assim como da motivação e do relacionamento do grupo. Por isso, podemos constatar a importância da inteligência emocional na liderança.
A inteligência emocional é a aptidão para reconhecer, avaliar e lidar com sentimentos e emoções, próprias e dos outros. Assim, concede instrumento para quem está à frente da equipe construir relações mais saudáveis consigo mesmo e com os demais.
Os componentes da inteligência emocional
A inteligência emocional é uma competência que envolve diferentes habilidades comportamentais. São elas que ajudam a colocar o conceito em prática e servem de orientação para o desenvolvimento individual.
Autoconsciência
A autoconsciência é a capacidade de delimitar os sentimentos e emoções diante das circunstâncias. É saber não só a própria reação interna aos acontecimentos, mas como diferenciar essas mudanças de outros elementos do contexto.
Considere uma pessoa furiosa com o trabalho entregue pelo integrante da equipe. Agora, imagine que essa liderança externa sua indignação aos gritos e berros. Em situações desse tipo, a inteligência emocional permite identificar o sentimento envolvido. Além disso, as emoções podem ser diferenciadas da estratégia e das necessidades diante da situação.
No exemplo, o sentimento de raiva é visível. Porém, diante desse reconhecimento, poderíamos usar outra estratégia. Afinal, a necessidade de ter o trabalho correto e a própria raiva não serão bem gerenciadas se a liderança gritar e berrar para resolver as coisas.
Em suma, a importância da inteligência emocional na liderança não é deixar de ter sentimentos. Na verdade, a pessoa começa a lidar melhor com as situações, adotando estratégias mais adequadas e evitando comportamentos contraproducentes. Assim, suas necessidades e a dos outros são realmente atendidas.
Autorregulação
A autorregulação significa adotar estratégias que vão atender às necessidades e fazer com que as pessoas se sintam melhor. Mantendo o exemplo anterior, retomar a conversa com a cabeça fria não torna a raiva um sentimento ilegítimo diante dos acontecimentos, mas permite gerenciar essa emoção.
O ponto é exercer o controle para dar o tratamento que, no longo prazo, vai atender à necessidade e gerar um estado emocional mais saudável. Por exemplo, quanta “raiva” a liderança não deixa de passar quando oferece um feedback adequado, e o integrante melhora as entregas?
Empatia
A importância da inteligência emocional na liderança também diz respeito às relações humanas. Saber identificar sentimentos nos outros e adotar as estratégias para a satisfação mútua faz a diferença.
Nesse contexto, a empatia é a pedra fundamental. É aprender a ver as coisas pela perspectiva do outro. Assim, olhando para além do colaborador e enxergando como a pessoa é afetada, começamos a efetivamente gerenciar as emoções na equipe.
Motivação
Ter inteligência emocional oferece mecanismos para mobilizar os sentimentos e emoções em prol dos objetivos. Essa automotivação ajuda a lidar com as pressões e desafios da função.
Além disso, um dos papéis da liderança é ajudar as pessoas da equipe a alcançarem suas melhores versões no trabalho. Para isso, motivar e engajar são tarefas-chave.
Habilidade social
As habilidades sociais são o aspecto prático dessa nova mentalidade. Trata-se de desenvolver os mecanismos para oferecer estratégias mais adequadas para as situações:
• feedback;
• comunicação assertiva;
• comunicação não violenta (CNV);
• liderança empática.
Junto à capacidade de se comunicar, as lideranças precisam aprender a escutar os colaboradores. Ouvir e saber absorver os feedbacks é uma forte demonstração de inteligência emocional, assim como um meio para promover melhorias nas relações com o grupo.
A importância da inteligência emocional na liderança
A inteligência emocional será fundamental para a gestão dos relacionamentos, que é uma função de liderança. Afinal, é preciso lidar com as emoções e sentimentos para criar um clima positivo na equipe.
Parte do processo é reconhecer as vulnerabilidades e tratar o tema de forma mais amena. É natural enfrentar momentos de dificuldades e instabilidade, tanto para quem está à frente da equipe como para os liderados. A gestão das emoções serve para nos ajudar nessas ocasiões.
Outro ponto decisivo é que, ao olhar para as necessidades e desejos da equipe com empatia, a liderança constrói relações de confiança, a partir da reciprocidade. Um time consegue sentir quando quem está à frente realmente se importa, e terá mais incentivos para se comprometer com esse perfil de liderança.
Os benefícios da Inteligência emocional na liderança
As vantagens da inteligência emocional tornam essa competência uma prioridade no desenvolvimento de liderança. Há diversos benefícios de as equipes ficarem sob a responsabilidade de pessoas que conseguem gerenciar bem os próprios sentimentos e emoções, assim como ajudar o grupo de trabalho.
Melhorar o controle de emoções no ambiente de trabalho
A liderança adota estratégias mais adequadas para cada situação. Boa parte disso significa a aplicação das habilidades sociais para melhorar a qualidade das relações e promover uma experiência mais positiva no ambiente de trabalho.
Também é uma característica que a liderança seja um exemplo. Se quem está à frente do grupo consegue gerenciar a raiva, medo e insegurança para não descontar nas outras pessoas, essa mudança de atitude é benéfica para o grupo.
A equipe tende a valorizar o comportamento, e os próprios colaboradores se inspirarem nele. Com isso, o exemplo da liderança repercute, gradativamente, em mudanças culturais.
Estimular a comunicação e relacionamento com a equipe
A inteligência emocional permite que as questões de trabalho, mesmo as mais difíceis, sejam tratadas com diálogo e conversa. Assim, criamos relações mais transparentes e vínculos de confiança com a equipe.
Com isso, consegue-se construir a confiança para que as pessoas falem das dificuldades com a liderança, e todos busquem acordos para tornar o ambiente de trabalho mais ameno.
Reduz conflitos
Os conflitos são naturais em qualquer relação social. Porém, é possível reduzir as disputas, especialmente aquelas relacionadas às estratégias inadequadas para satisfazer aos sentimentos e necessidades em jogo.
Um segundo cuidado é resolver conflitos no início. Um conflito cresce em espiral, ficando maior a cada período sem gerenciamento adequado. Por isso, firmar acordos logo de cara torna as soluções mais fáceis de implementar e surtir efeito.
Gera bem-estar no trabalho
A liderança estará mais preparada para gerenciar o estresse no ambiente de trabalho, contribuindo para a saúde emocional do grupo. Assim, ao criar relações mais amenas com as equipes, evitam-se prejuízos ao bem-estar.
Além disso, todas as pessoas devem estar atentas ao autocuidado, pois ninguém é invulnerável. É possível constar a importância da inteligência emocional na liderança quando pensamos na pressão e responsabilidade do cargo.
Quem está na função precisa cuidar da própria saúde e bem-estar para, então, estar apto a auxiliar o time. É a clássica recomendação de emergência: primeiramente, colocar a máscara de oxigênio em si mesmo para conseguir ajudar os outros.
Contribui na tomada de decisões
A importância da inteligência emocional na liderança é ainda maior quando consideramos o processo de tomada de decisão. Ter a visão encoberta por sentimentos negativos, assim como necessidades não atendidas, cria um cenário propenso ao erro.
Por outro lado, conseguir gerenciar bem emoções permite eliminar vieses e escolhas contraproducentes. Portanto, aumenta a competência para escolher a melhor forma de agir diante das situações.
Em resumo, entender a importância da inteligência emocional na liderança é o primeiro passo para contar com equipes de alta performance. É um dos pilares para construir as relações no trabalho, enxergando pessoas mais que colaboradores, cuidando de si mesmo e gerando confiança no grupo.
Fonte: Great Place To Work