Desenvolver cultura ou envolver os colaboradores na e cultura da aprendizagem das empresas segue como um grande desafio.
Como fazer com que o aprendizado passe a ser algo orgânico dentro das companhias? Como internalizá-lo junto aos colaboradores?
Para responder essa pergunta, coloco aqui uma analogia entre o processo de aprendizagem da criança e do adulto. Você já parou para pensar que, como adultos, nunca partimos completamente do zero para aprender algo?
É natural, pois temos diversos conhecimentos instalados, crenças formadas e experiências vividas. Já a criança está com o cérebro em plena formação e ainda, naturalmente, constrói os caminhos do aprendizado por repetição.
Ela cai e levanta inúmeras vezes, é instinto de sobrevivência.
E repetição é algo que se faz por instinto na infância.
Nos adultos é diferente, já temos o cérebro da sobrevivência formado e conhecimentos anteriores adquiridos, aprender coisas novas significa acrescentar um elemento ou até mudar o “como se fazia” e, para isso, é necessário repetir, repetir e repetir.
Seja tanto em aspectos mais técnicos como comportamentais. É um processo mais longo e, por vezes, mais penoso.
Porém, é assim que constroem, fortalecem e se instalam novos aprendizados, são conexões neurais novas. Lembra daquela máxima, “saber e não fazer é o mesmo que não saber”?
Isso explica por que nas organizações, por mais que se invista em processos e metodologia de aprendizado, muitas vezes não conseguem exercê-la de forma prática, no dia a dia das pessoas.
A Cultura da Aprendizagem e seus conceitos
Os conceitos necessitam sair do teórico para serem vivenciados e se transformarem na Cultura da Aprendizagem – o que se dá por meio da instalação de conhecimento continuado, praticado e repetido.
A criança segue esse caminho motivada a crescer e o faz espontânea e alegremente.
Para o adulto, é necessário se encontrar o motivo. Tudo o que fazemos na vida é por um motivo, é a chamada motivação; e isso é diferente de entusiasmo, que conta sim pontos positivos, mas não é a base.
Quando falamos em comportamento e mudança de cultura dentro das organizações, o acesso é o emocional. Isso nada tem a ver com melodramas e choros, como alguns estigmatizam.
A emoção é despertada nos relacionamentos que se constroem pela comunicação. Esse é movimento humano que gera aprendizagem.
O que é fundamental para se criar uma Cultura da Aprendizagem que funcione é colocar as ferramentas alinhadas ao emocional. Ou seja, busque caminhos para que o conhecimento não fique isolado com “aquela pessoa”, faça com que se promova as relações, as trocas.
Após uma palestra ou curso, por exemplo, crie momentos de compartilhamento: em duplas, trios, em rodas de conversa, entre todos…. para que os conceitos sejam revistos e revistados.
Quando uma pessoa comenta sobre algo que a impactou está trazendo um pedaço de sua história que se conecta com a do outro, e gera emoção e aprendizados mais sustentáveis e perenes.
É um investimento contínuo que os gestores e líderes precisam implementar consigo mesmo e aos seus colaboradores e liderados.
Costumo dizer que se a empresa promoveu uma palestra sobre o Dia do Abraço e as pessoas, nos dias que se seguem, não se abraçarem, não foi assimilada à cultura da empresa; tornou-se uma informação, um conhecimento apenas.
Minha dica é: não deixar que a possibilidade de ter uma boa Cultura da Aprendizagem dentro das companhias vire apenas empolgação ou um emaranhado de informações que se perdem ao longo do tempo.
Gerando motivo, conexão e continuidade, é possível implementar e colher frutos excelentes para as empresas e os colaboradores, afinal, todos queremos crescer. E se é Cultura, tem de ser todo dia um pouco, estamos em processo de aprendizagem sempre.
Fonte: [RH Portal]