Postado em 19 de Janeiro de 2023 às 13h58

Absenteísmo é termômetro para clima organizacional

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Muitas organizações não dão a devida importância no gerenciamento deste indicador, que pode ser um alerta para identificar problemas estruturais

O termo absenteísmo de modo geral significa se ausentar. No ambiente de trabalho é utilizado quando um funcionário falta no emprego, independentemente do motivo. Muitas organizações não dão a devida importância no gerenciamento deste indicador que pode ser um alerta para identificar problemas estruturais na organização, como doenças acarretadas pela exposição de agentes nocivos, líderes com comportamento inapropriado, excesso de trabalho, entre outros.

É natural que os empregados precisem se ausentar ocasionalmente para a realização de exames de rotina ou outros tipos de acompanhamento médico. Mas a identificação das principais doenças que acarretam ausência é importante para adoção de medidas preventivas, tanto no ambiente de trabalho quanto para fatores de risco populacionais.

Por outro lado, o cruzamento de dados de absenteísmo com dados de consulta de pronto-socorro pode ser um alerta para um problema chamado “atestadite”, que é quando a pessoa simula um mal-estar qualquer para conseguir um atestado médico e não ir ao trabalho. É certo que esses casos envolvem uma questão ética e moral, mas as empresas precisam ter isso como um termômetro e avaliar fatores importantes, como:

Cultura organizacional

Líderes com perfil inadequado, falta de integração entre times, ausência de reconhecimento, ambiente de trabalho inseguro, discriminação e assédio, entre outros fatores, são responsáveis pela falta de engajamento e, consequentemente, de ausências mais frequentes no trabalho. Uma cultura organizacional bem estruturada ajuda a guiar comportamentos e valores presentes no cotidiano dos líderes e funcionários de uma empresa.

Estresse

Ambientes de trabalho muito estressantes, com excesso de pressão para entregas e demandas com prazos muito curtos, contribuem para o aparecimento do estresse e com ele diversas desordens emocionais como ansiedade, depressão e síndrome de burnout.

A pesquisa Global Benefits Attitudes 2022, realizada pela WTW, aponta que 2 em cada 5 empregados declaram ansiedade ou depressão. Os respondentes relataram também que os problemas emocionais têm uma evidente ligação com o estilo de vida e com o aumento da ausência no trabalho. A média de dias perdidos por pessoas que não referiram depressão e ou ansiedade é de 16,8 dias ao ano contra 24,2 dias das que mencionaram as doenças. Além disso, dos que relataram problemas emocionais, 62% se sentem presos ao trabalho e 52% têm sintomas de esgotamento.

Como reduzir o absenteísmo?

O primeiro passo é a coleta, o gerenciamento e a análise dos dados, para composição do cenário atual e priorização das ações a serem implementadas. Acredito que organizações sustentáveis, se ainda não possuem, devem se planejar para a implementação da cultura do bem-estar como parte do propósito e dos valores. O bem-estar é a base para empregados mais engajados e produtivos, contribuindo para melhorar e sustentar resultados.

A visão integrada do bem-estar aborda as dimensões física, emocional, financeira e social do indivíduo. As organizações podem contribuir para uma melhor experiência do empregado dentro de todos esses pilares, por exemplo, ao garantir ambiente de trabalho seguro, implementar a cultura do autocuidado com a saúde, disponibilizar recursos para melhorar a saúde física, escolher um perfil de líder alinhado com a cultura de bem-estar, promover integração social, melhorar a comunicação, engajar os funcionários em ações de responsabilidade social corporativa, organizar treinamentos, ter políticas e práticas de inclusão, educação financeira, subsídios, benefícios flexíveis. Enfim, uma abordagem ampla e integrada.

Com certeza as organizações que caminharem neste sentido não somente reduzirão o absenteísmo, mas colherão muitos frutos relacionados à produtividade, qualidade e competividade de mercado.

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